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Prof. Roberto Kassai é membro do Conselho Fiscal da Fipecafi


GRI cria conselho no Brasil com presença de grandes investidores.
Novo colegiado da mais importante organização internacional dedicada aos padrões para relatórios de sustentabilidade vai montar ranking de empresas mais transparentes.
O momento não poderia ser mais oportuno. Com o mundo inteiro de olho nas iniciativas sobre preservação ambiental, equidade social e governança, temas conhecidos pela sigla em inglês ESG, a Global Reporting Initiative (GRI), mais importante organização internacional dedicada ao desenvolvimento de padrões para relatórios de sustentabilidade, lança hoje seu primeiro conselho consultivo no Brasil.


O colegiado tem como objetivo ser um grande fórum do GRI para a discussão do ESG nos negócios. “O principal foco do início de trabalho do conselho será a qualidade das informações”, afirma Sônia Favaretto, ex-diretora de sustentabilidade da B3 e escolhida para presidir órgão.


Além da executiva, o grupo terá como integrantes representantes de grandes gestoras, como Carlos Takahashi, presidente da BlackRock no Brasil, Eduardo Dumans, sócio da Constellation, Fabio Alperowitch, sócio da Fama Investimentos, e Marina Cançado, sócia-fundadora da Converge Capital. O colegiado conta ainda com mais 15 integrantes, entre representantes de universidades, como Roberto Kassai, da FEA-USP, e Celso Lemme, da Coppead-UFRJ, e de entidades como Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Ethos e o Gife, organismo que reúne investidores sociais do país.


Segundo Sônia, apesar de o conselho ter caráter consultivo, muitas discussões poderão servir de base para futuras implementações pelo GRI. O colegiado surge em um momento no qual grandes investidores no mundo têm despertado para o ESG como uma estratégia efetiva de perenidade dos negócios investidos.


A maior gestora do mundo, a BlackRock, com US$ 7 trilhões de ativos sob administração, divulgou que vai passar a usar as réguas ambiental, social e de governança, para balizar suas decisões de investimento. A decisão foi comunicada ao mercado na carta anual aos CEOs, pelo executivo-chefe Larry Fink, no início do ano. “Estamos a beira de uma mudança estrutural das finanças”, declarou o chefe da BlackRock, no documento.


No Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, no fim de janeiro, pela primeira vez em 50 encontros, as cinco maiores preocupações dos participantes estavam ligadas às questões climáticas. O evento, que reúne chefes de Estados, presidentes de bancos centrais e autoridades econômicas e financeiras, discutiu exaustivamente temas ligados à preservação ambiental, desequilíbrio social e outros pontos do universo da sustentabilidade.
Não por acaso, a presença de grandes investidores institucionais no conselho do GRI no Brasil reflete esse momento de altas temperaturas no cenário ESG global. “A gente está em um período de ebulição do interesse [de companhias e investidores] nesses temas”, afirma Dumans. “Apesar de ter gente no Brasil que já fala e faz isso há muito tempo, a maior conscientização está acontecendo agora”, acrescenta.


“Há cinco anos talvez a gente nem conseguisse montar um conselho com esses integrantes”, considera Sônia. “As discussões sobre sustentabilidade agora chegaram no nível dos decisores” tanto de alocação quanto nas próprias companhias, afirma.


Dumans cita, como exemplo de importância do tema, as posições polêmicas do governo brasileiro em relação à preservação ambiental que têm trazido um preço alto. “Nos Estados Unidos, a Beyond Meat [fabricante de substitutos para a carne com base em vegetais] diz se orgulhar de não ter o Brasil como fornecedor”, aponta. “O momento é muito favorável para a sustentabilidade. O consenso já evoluiu do debate de que a companhia vai lucrar menos com um negocio sustentável. Estamos aprendendo que uma coisa não exclui a outra”, afirma o gestor.


Conforme a presidente do novo colegiado, a pressão dos grandes investidores tem sido um importante fator de aumento de interesse das companhias na gestão e implementação de estratégias ESG. “Quando os acionistas estão engajados, isso sensibiliza muito mais as empresas”, diz.


Para Sônia, uma das primeiras iniciativas do órgão será criar um ranking de transparência, ou seja, apontar os grupos que abrem, detalham e explicam melhor atividades, estratégias, ações e também riscos . “A ideia é analisar todo tipo de companhia, abertas, fechadas ou cooperativas”, aponta Glaucia Terreo, diretora do GRI Brasil. A lista vai criar uma referência para as próprias empresas, além de trazer estatísticas específicas sobre a evolução da qualidade dos relatos. A previsão é que o ranking seja divulgado ainda neste ano.



A presidente do conselho ressalta que a busca pela qualidade das informações é uma das bandeiras do grupo. “Investidores e colaboradores precisam de informação que seja comparável, consistente e concisa” para tomar decisões. “Se nós não temos informação não conseguimos fazer o trabalho”, diz Dumans, da gestora Constellation.

Fonte: Valor Investe
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