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Prudência e gestão para controlar os custos durante e após a crise


Tudo o que estamos vivendo agora é sem precedentes. Uma crise tríplice: pandêmica, política e econômica. Com a longevidade dos negócios cada dia 
mais ameaçada por conta da instabilidade das finanças, adotar uma gestão rígida dos custos é imprescindível. 
Em maio, uma pesquisa realizada pela consultoria McKinsey mostrou o quanto a crise está afetando a população; são 70% dos brasileiros cortando gastos e 
50% tiveram sua renda reduzida. Se pensarmos além, trazendo isso para o contexto geral, significa que a economia está girando muito devagar. Se as 
pessoas não compram, as empresas não vendem. Isso requer um grande choque de gestão, que acaba por forçar uma revisão rápida das estratégias. Todas as despesas, gastos e custos precisam estar na ponta do lápis e isso só vai acontecer se houver um mapeamento completo das atividades, que seja capaz de identificar perdas, desperdícios até a 
capacidade ociosa. Para gerir os custos de forma eficiente é preciso levar em consideração o negócio como um todo. Apenas quando se conhece a estrutura completa é 
possível identificar quais pontos podem ser mudados sem que haja impacto significativo no desenvolvimento das atividades. É importante lembrar que, antes de cortar pessoal, é preciso conhecer bem os custos, pois sem capital humano qualquer reestruturação malconduzida poderá tornar as coisas ainda mais complicadas. 
As empresas precisam considerar todos os aspectos envolvidos nos processos, desde a identificação dos custos sorrateiros, até aqueles com produtos que apresentem baixa margem de lucro ou até mesmo prejuízo. É essencial focar no que é positivo; logo, os produtos e serviços que têm margem de contribuição negativa precisam ser descontinuados até segunda ordem. 
Manter só o que gera receita e lucro para o negócio é a melhor estratégia neste momento. Aqueles itens que normalmente fazem parte do portfólio, apenas como complemento ou porque são tradicionais, mas que não agregam valor, precisam ser revistos. Reavaliar os custos precisa ser uma prática permanente e não algo considerado apenas durante uma crise. É preciso criar um plano de ação que contemple as mais diversas possibilidades. Quanto melhor for a preparação a e capacidade de se antecipar aos acontecimentos, mais longevidade a 
organização terá. Tudo o que era feito antes, agora tem que acontecer com um orçamento mais enxuto. É importante ter prudência, pois qualquer decisão tomada vai gerar 
impacto no curto, médio e longo prazo. A empresa precisa verificar se todo o seu potencial está sendo utilizado ao máximo, antes de fazer qualquer compra 
ou atualização, seja em sistema ou maquinário, por exemplo. Um contraponto também merece atenção nos negócios. Por mais que seja um momento de crise, não se pode negligenciar a manutenção de máquinas e equipamentos nem a preparação e atualização dos colaboradores. Se estes pontos forem deixados de lado, a empresa perderá em qualidade e eficiência; 
consequentemente, os clientes vão buscar outras soluções. A estratégia de custos precisa ser muito bem planejada e controlada para que as atividades continuem a ser bem desempenhadas, oferecendo os diferenciais necessários para atrair os clientes. Isso tornará o negócio mais competitivo e será indispensável para garantir a longevidade. 
*Welington Rocha é presidente da Fipecafi e professor da FEA-USP.
Fonte: Estadão


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