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Com dólar alto, remessas e fluxo cambial cresceram em 2021

De acordo com levantamento do Banco Central, os brasileiros que moram no exterior bateram recorde no envio de dólares para o país em 2021. No mês de novembro, último dado atualizado no site da instituição, aponta que foi enviado ao Brasil, por pessoas físicas, US$390 milhões.

Isso significa mais de US$100 milhões na comparação com novembro de 2020 e 58,5% a mais do que os US$246 milhões enviados em novembro de 2019, antes da pandemia começar. De janeiro a novembro de 2021, as remessas somaram mais de U$3,6 bilhões.

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O principal motivo para esse crescimento foi a desvalorização de 6,5% da moeda brasileira frente ao dólar. Isso faz com que os dólares enviados pelos brasileiros estejam ainda mais valorizados. É o que explica a professora e superintendente acadêmica da Fipecafi Luciana Maia Campos Machado.

“A recente valorização do dólar frente ao real torna mais atrativa a transferência de recursos financeiros para o Brasil. No último dia 19, a taxa de câmbio comercial para venda atingiu R$ 5,49, ou seja, o dólar subiu 31% em relação ao período pré-pandemia. Com o mesmo montante em dólares, é possível comprar, ou investir, 31% a mais em reais do que era possível em janeiro de 2019”, disse.

Também conforme o Banco Central, o fluxo cambial para o país em 2021 teve um superávit de US$ 6,134 bilhões depois de três anos consecutivos de déficit.

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“A moeda estrangeira está mais valorizada em relação ao real, isto se deve a expectativa de aumento de juros nos EUA e em alguns países europeus. Com isso o mercado brasileiro se torna mais atrativo para investimentos estrangeiros, que acaba tendo maior poder de compra”, acredita a advogada e CEO da Law 360, Martha Carbonell

Cenário tende e repetir em 2022
No início de 2022 as expectativas para a moeda norte-americana são de estabilidade. Com uma recuperação econômica navegando em mares ainda incertos, o boletim Focus do Banco Central prevê estimativa R$ 5,60 para o preço do Dólar este ano.

O diretor de Fundos Internacionais no Brasil, Michael Isaac, no entanto, alerta para agitações que podem acontecer por conta das eleições no mês de outubro.

“Existe um axioma do mercado financeiro muito útil para esta questão ‘ganho passado não significa ganho futuro’, que ensina que temos que tomar cuidado com históricos, pois a economia é sentimento. Todos os indicadores apontam para que a tendência de aportes em dólares no Brasil continue. O câmbio, porém, é algo extremamente contextualizado pelo governo da situação”, apontou.

Movimento contrário pode acontecer
Mesmo com a expectativa do real continuar sendo uma moeda barata para se investir em 2022, o movimento contrário, de brasileiros tirando o seu dinheiro do país como uma forma de proteger o seu patrimônio de uma desvalorização ainda maior.

É no que acredita a diretora de negócios internacionais da B&T Câmbio Vivian Portella.

“Muitos residentes no Brasil começam a buscar proteger parte de seu patrimônio do risco de uma desvalorização ainda maior do real em anos como esse. As pressões cambiais em cima do real são comuns. Então, mesmo com a moeda já desvalorizada, começamos a perceber uma tendência do caminho inverso. Quem está com o patrimônio todo no Brasil remetendo recursos para fora. Esse movimento deve crescer quanto mais as eleições se aproximarem”, disse.

Fonte* IstoeDinheiro

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