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Por que estudar IFRS? - 24/09/2018
As Normas Internacionais de Relatório Financeiro, as IFRS, são normas contábeis de aplicação obrigatória no Brasil (desde 2010) e em outros mais de 120 países ao redor do globo. Atualmente, nada menos do que 75% das 20 economias mais importantes do mundo, que formam o chamado G-20, já adotam as IFRS, e as que não fazem integralmente o fazem de alguma maneira ainda que parcial. As IFRS são hoje uma linguagem de negócios que veio para ficar...
Até o início do século, a linguagem contábil e de negócios multinacionais era dada pelas normas do FASB-Financial Accounting Standards Board (também conhecidas como US-GAAP). Esse padrão, que chegou a ter algo em torno de 27.000 páginas de requerimentos normativos, possui um grande volume de regras específicas, o que se denomina de normas “rules based” (baseadas em regras, ou normas), numa tentativa de dissecar, ao máximo possível, os assuntos técnicos contábeis. Entretanto, sendo uma linguagem originária de um país em particular, os Estados Unidos, seu detalhamento excessivo em regras terminava por não se adequar plenamente às diferentes realidades dos demais países cujas empresas pretendessem ter transparência em escala mundial.
No início do século XXI, dada a formidável expansão do processo de globalização dos mercados, inclusive o mercado de capitais, ficou evidente a necessidade de uma linguagem contábil e de negócios que fosse genuinamente internacional e que por meio de princípios robustos e universais, permitisse que empresas pudessem ter seus relatórios financeiros compreendidos em qualquer parte do globo. O organismo que se apresentava como candidato natural para assumir o papel de emissor das normas internacionais de contabilidade foi o IASB-International Accounting Standards Board.
A melhoria da qualidade das normas contábeis internacionais que o IASB desenvolvera até o final do século XX e o apoio de grande parte das Comissões de Valores Mobiliários-CVM ao redor do mundo (através da IOSCO-International Organization of the Securities Commissions) possibilitou que as normas do IASB, conhecidas pela sigla IFRS-International Financial Reporting Standards, ganhassem respeito e passassem a ser adotadas, cada vez mais, por vários países. Tais normas são compostas por cerca de 3.000 páginas e são consideradas como “principles based” (baseadas em princípios), o que significa que são bem menos detalhistas que as normas dos EUA; ou seja, ao se fundamentarem em conceitos e princípios de caráter mais amplo, as normas internacionais são mais flexíveis na sua adequação a distintas realidades de negócios, o que evidentemente as deixa também mais suscetíveis a interpretações.
No Brasil, as IFRS são recepcionadas pelo CPC-Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o qual emite pronunciamentos, conhecidos por CPC, que são transformados em normas de aplicação obrigatória por meio de sua aprovação por distintos organismos reguladores nacionais, como a Comissão de Valores Mobiliários e o Conselho Federal de Contabilidade, entre outros.
Portanto, além de se tratar de uma norma de aplicação mandatória no Brasil, vivemos a partir do advento das IFRS uma nova realidade, que nos exige um conhecimento muito mais amplo de princípios sobre os quais se apoiam as IFRS, princípios esses que sustentam o principal objetivo das IFRS: permitir que as empresas expressem de maneira fidedigna em suas demonstrações financeiras a sua situação e desempenho financeiros. Isso requer a construção de competências mais abrangentes, o que requer a reciclagem dos profissionais que queiram fazer deste cenário uma oportunidade de crescimento no mercado profissional. Além disso, o profissional que conseguir efetivamente promover essa transformação nas suas competências não só terá destaque no mercado brasileiro. Ao dominar as IFRS, o profissional brasileiro abre as portas do mercado de trabalho em escala mundial.
Autor: Prof. Dr. Nahor
Graduado em Ciências Contábeis, Mestre e Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia Administração e Contabilidade, da Universidade de São Paulo. Atualmente é professor Doutor da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Contabilidade Internacional, atuando principalmente nos seguintes temas: Práticas Contábeis no Mercosul, IFRS, FASB.
Até o início do século, a linguagem contábil e de negócios multinacionais era dada pelas normas do FASB-Financial Accounting Standards Board (também conhecidas como US-GAAP). Esse padrão, que chegou a ter algo em torno de 27.000 páginas de requerimentos normativos, possui um grande volume de regras específicas, o que se denomina de normas “rules based” (baseadas em regras, ou normas), numa tentativa de dissecar, ao máximo possível, os assuntos técnicos contábeis. Entretanto, sendo uma linguagem originária de um país em particular, os Estados Unidos, seu detalhamento excessivo em regras terminava por não se adequar plenamente às diferentes realidades dos demais países cujas empresas pretendessem ter transparência em escala mundial.
No início do século XXI, dada a formidável expansão do processo de globalização dos mercados, inclusive o mercado de capitais, ficou evidente a necessidade de uma linguagem contábil e de negócios que fosse genuinamente internacional e que por meio de princípios robustos e universais, permitisse que empresas pudessem ter seus relatórios financeiros compreendidos em qualquer parte do globo. O organismo que se apresentava como candidato natural para assumir o papel de emissor das normas internacionais de contabilidade foi o IASB-International Accounting Standards Board.
A melhoria da qualidade das normas contábeis internacionais que o IASB desenvolvera até o final do século XX e o apoio de grande parte das Comissões de Valores Mobiliários-CVM ao redor do mundo (através da IOSCO-International Organization of the Securities Commissions) possibilitou que as normas do IASB, conhecidas pela sigla IFRS-International Financial Reporting Standards, ganhassem respeito e passassem a ser adotadas, cada vez mais, por vários países. Tais normas são compostas por cerca de 3.000 páginas e são consideradas como “principles based” (baseadas em princípios), o que significa que são bem menos detalhistas que as normas dos EUA; ou seja, ao se fundamentarem em conceitos e princípios de caráter mais amplo, as normas internacionais são mais flexíveis na sua adequação a distintas realidades de negócios, o que evidentemente as deixa também mais suscetíveis a interpretações.
No Brasil, as IFRS são recepcionadas pelo CPC-Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o qual emite pronunciamentos, conhecidos por CPC, que são transformados em normas de aplicação obrigatória por meio de sua aprovação por distintos organismos reguladores nacionais, como a Comissão de Valores Mobiliários e o Conselho Federal de Contabilidade, entre outros.
Portanto, além de se tratar de uma norma de aplicação mandatória no Brasil, vivemos a partir do advento das IFRS uma nova realidade, que nos exige um conhecimento muito mais amplo de princípios sobre os quais se apoiam as IFRS, princípios esses que sustentam o principal objetivo das IFRS: permitir que as empresas expressem de maneira fidedigna em suas demonstrações financeiras a sua situação e desempenho financeiros. Isso requer a construção de competências mais abrangentes, o que requer a reciclagem dos profissionais que queiram fazer deste cenário uma oportunidade de crescimento no mercado profissional. Além disso, o profissional que conseguir efetivamente promover essa transformação nas suas competências não só terá destaque no mercado brasileiro. Ao dominar as IFRS, o profissional brasileiro abre as portas do mercado de trabalho em escala mundial.
Autor: Prof. Dr. Nahor
Graduado em Ciências Contábeis, Mestre e Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia Administração e Contabilidade, da Universidade de São Paulo. Atualmente é professor Doutor da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Contabilidade Internacional, atuando principalmente nos seguintes temas: Práticas Contábeis no Mercosul, IFRS, FASB.